segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mais do Que Festa


Curioso como todo ano segue um ciclo, algumas coisas novas surgem, mas somos acostumados a conviver com outras que nos seguirão até o fim da vida. É natural já no réveillon fazermos as promessas para o ano que se inicia, começamos com a alegria e o calor do verão, passamos pelo outono, o período reflexivo do inverno, a primavera, até novamente nos depararmos com a estação das praias. Temos também o período de comer mais chocolate, outro de comer panetone e rabanada, e até um que nos deliciamos de iguarias da roça.

Por morarmos no Brasil, seguimos o calendário cristão, este recheado de datas comemorativas que nos fazem lembrar acontecimentos da vida de Cristo. Todo cidadão informado sabe que o Natal é a data que festejamos o nascimento de Jesus, na sexta-feira “Santa” é lembrada a crucificação, e já no domingo de páscoa é hora de comemorarmos a ressurreição. Todas estas datas são marcantes, principalmente para aqueles que levam uma vida religiosa e se emocionam com corais, encenações e danças.

Mas uma coisa sempre me intrigou, teria Jesus vindo a terra somente para nascer, morrer e ressuscitar? E todo tempo que ele passou por aqui? Creio que se fosse somente este o objetivo da vida dele, não teria passado tanto tempo em nosso meio e não teria se esforçado como se esforçou para nos passar a mensagem que chegou até nós.

Será que precisamos de um dia para lembrar também da VIDA de Jesus? Penso que não. Podemos continuar lembrando do nascimento dele quando vemos noites luminosas e presentes sendo trocados, da sua morte e ressurreição quando presenteamos alguém com chocolate,  mas a vida dele não cabe em um dia. Teríamos que reservar uma data para festejar o dia que transformou a água em vinho e permitiu que a festa continuasse, surgiria um feriado para comemorarmos o “tapa na cara” que Jesus deu em uma sociedade machista ao conversar com
a mulher samaritana, fora que não poderíamos esquecer de nenhum milagre que inseria  doentes, pobres, crianças, todos na comunidade.

O que nos falta é não só lembrarmo-nos dele em dias festivos, mas tê-lo como exemplo no dia-a-dia. Com o Cristo somos convidados a amar e lutar por justiça a todo o instante. Quem vive Jesus sonha com dias melhores e esta de braços abertos para acolher os que mais precisam. Comemoremos sim o Natal, a Morte e a Páscoa, mas vivamos diariamente a mensagem que nos foi ensinada. 

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